SEXO E RELIGIÃO

   Sou cristã, batizada e catequizada na Igreja Católica Apostólica Romana. Eu frequento a igreja do meu bairro desde criança, sempre participei de grupos de cantos e também já fui catequista. Eu gosto da religião na qual eu fui educada e quando passo algum tempo sem ir à igreja, eu realmente começo sentir falta de algo. Cada pessoa tem sua forma de se aproximar de Deus, no meu caso, é quando eu estou na Igreja que me sinto mais perto dele, talvez seja por isso, que tenho a necessidade de ir até ela.

   Mas ainda sim, admito que há muitas falhas no sistema que rege a Igreja Católica, e não é porque eu sou frequentadora da mesma, que eu concorde com a maneira em que ela se posiciona sobre certos assuntos. Na atualidade, os dois assuntos mais polêmicos que envolvem religião e sociedade são o homossexualismo e o ato sexual.
   Então, hoje estou aqui para falar de “sexo”, como costumamos nos referir à relação sexual, venho trazer a minha forma de pensar em relação ao posicionamento da Igreja sobre este assunto.
   Sinceramente, eu nunca parei para pegar a Bíblia ler, talvez apenas quando criança, tenho vergonha de admitir isso, mas é a verdade. Então, eu não sei o que a Bíblia fala exatamente sobre isso, mas sei que a Igreja Católica é contra o uso da camisinha, porque para a mesma o ato sexual existe apenas para gerar frutos, e assim, perpetuar a espécie. Estou certa?
   Então, eu não vejo o sexo desta forma, não que eu seja a favor da banalização do sexo, tão comum nos dias atuais. Contudo, o sexo é para mim tal como é um abraço, um beijo e um carinho, uma forma de você manifestar o seu amor por quem está ao seu lado. Desta forma, faça sexo sim, faça muito, mas faça com consciência, faça com alguém que é muito mais do que um simples corpo para você, faça com alguém que quando você encosta a cabeça no travesseiro, sonhe com os dois caminhando lado a lado de mãos dadas, bem velhinhos. Ou seja, não precisa esperar um casamento para saber que é com aquela pessoa que você gostaria de compartilhar tudo na sua vida, basta existir amor, respeito e compreensão. É verdade, que talvez o relacionamento venha acabar e você irá se envolver ainda com algumas outras pessoas, irá se apaixonar e se decepcionar de novo e de novo, mas meus caros nos dias de hoje nem o casamento é um seguro de um relacionamento do tipo até a morte os separe, então, se sente que o(a) ama, arrisque-se, quando há amor vale a pena, como diria o poeta, que seja infinito enquanto dure.
   Agora, se o sexo existe apenas para gerar fruto, tudo que eu disse aqui vai ao chão. Espermatozóide e óvulos tonam-se matéria prima, os corpos são as máquinas, o ato é o processo e os filhos o produto final. E então, eu pergunto, a onde fica o amor em meio a tudo isso?  Parece mais que um filho é fruto de um processo mecânico do que da manifestação do amor entre duas pessoas. Quando o casal não quiser mais ter filhos, eles não devem mais transar, porque sexo é só pra isso mesmo? Um casal, onde um deles não pode ter filhos, não deverá nunca transar? Eu não posso usar camisinha, porque isso impede a fecundação de uma criança? Não sei se entendem onde exatamente eu quero chegar, mas o que quero lhes dizer é que transar é sim fazer “amor” e os filhos são apenas uma consequência disso, mas nem sempre devem ser a causa do ato. Um filho é uma benção, é fruto do amor de um casal ou menos assim deveria ser, por isso não vejo nada de errado em fazer “amor” por fazer, ou melhor, por simplesmente amar quem está do seu lado. Sexo também é um meio de dizer eu te amo, é mais que uma junção de corpos, dever ser também a união de duas almas. Use camisinha sim, faça “amor” sim e um dia quando decidirem juntos, esse amor dará origem a uma nova vida.