sexta-feira, 20 de julho de 2012

A menina que abriu seu coração!


   Hoje amigos vou lhes contar a história de uma menina que conheci a algum tempo e mesmo não sendo muito próxima a ela,  ela me confiou a sua história e hoje vou compartilhá-la com vocês. Chamamos essa doce menina de Júlia e espero que aprendam e reflitam com este exemplo que lhes trago. 

   Ela o via chegar em casa bêbado, sem saber ao certo o que estava dizendo, sem conseguir trilhar seu caminho com passos firmes, tal como deve ser os passos de uma pai de família. Ela o via se destruindo dia a dia, ela o via seguindo o mesmo caminho de tantos outros, caminho que os levou antes mesmo a morte do corpo para a morte da alma. Ela o amava e ao mesmo tempo havia dentro dela uma mágoa tão grande em seu peito, pela vergonha, e por sua mãe que reclamava das atitudes daquele que ela deveria compartilhar sua vida até o fim dos seus dias, porque esta era  a promessa que ela fez pra Deus no dia do seu casamento, na alegria e na tristeza e porque no fundo, apesar de não admitir, ainda o amava. Muitas vezes ela tapou os ouvidos para não ouvir as lamúrias de sua mãe e as reclamações de seu pai pela falta de compreensão. Ele estava desgostoso de sua vida, ele já havia tanto se afastado de Deus que esqueceu o que realmente significava amar, e ela tinha medo de se tornar igual, pois já não conseguia dizer “te amo” por mais que o amasse. Ele não parecia enxergar que Deus realmente havia sido muito bom para ele, lhe deu filhos saudáveis, uma mulher que ajudou a formar sua família e no trabalho do dia a dia, para construir tudo que tinha, ele tinha um bom carro e uma casa confortável, mas ainda sim, Júlia sentia que seu pai não era feliz. Doía muito pensar e refletir sobre tudo isso, e quando não sabemos como solucionar um problema preferimos fugir ou ignorar, mas Deus tinha a resposta, Deus era o caminho .
   Às vezes ela queria convidá-lo a ir a igreja com ela, às vezes ela queria dizer quanta mágoa havia dentro de si por todas às vezes que ele escolheu seus vícios e caprichos à sua família, ela queria dizer que ele estava se matando e aquilo doía nela mas do que qualquer outra coisa. Talvez ele precisasse escutar isso da sua boca, mas lhe faltava coragem. Coragem para romper as ocorrentes que os amarravam a uma falsa imagem de uma família feliz. Havia amor ali no sacrifício de cada um, mas também havia mágoa e dor. Ela rezava para Deus colocá-lo no caminho do Senhor e para que se assim fosse necessários Deus lhe concedesse força e luz para falar com seu pai tudo que sentia, todos os sentimentos que carregava no peito.
   Quando finalmente Júlia terminou de contar a sua história eu senti que aquele não era o final dela, então, sequei as lágrimas daquela doce menina que resolveu um dia abrir seu coração para mim e compartilhar de sua dor. Eu a tranquilizei para que ela não se martirizasse, pois não enfrentar o seu pai para lhe indicar um melhor caminho não significava não amá-lo, mas sim respeitá-lo, respeitar a liberdade que Deus concede a cada um de nós de fazermos a nossas próprias escolhas. Júlia tinha com ela o principal, Deus, sua oração e o amor pela sua família, eu sabia que no tempo certo suas preces seriam atendidas, tal como pude comprovar anos depois quando a reencontrei.

Um comentário:

  1. Sabe, eu acho que a Júlia deveria sim conversar mais com o seu pai sabe? As vezes todo esse enredo pode afetar pra ele também, ele também sente tudo isso, inclusive não tenho dúvidas de que a ama, é seu pai. Talvez ele também não saiba como chegar nela, como falar com ela, como abordar qualquer tipo de assunto mais detalhado com ela. Deve ser difícil, mas não impossível, e Júlia o ama e como também o ama o respeita, mas isso não lhe dá o direito de vê-lo caindo as beiras e não fazer nada. Júlia, também poderia levantar a cabeça e ajudá-lo quem sabe ele também precise de uma mão amiga. Bom, isso é o que eu acho... x;

    ResponderExcluir