Hoje amigos vou lhes contar a história de uma menina que
conheci a algum tempo e mesmo não sendo muito próxima a ela, ela me confiou a sua história e hoje vou
compartilhá-la com vocês. Chamamos essa doce menina de Júlia e espero que
aprendam e reflitam com este exemplo que lhes trago.
Ela o via chegar em casa bêbado, sem saber ao certo o que
estava dizendo, sem conseguir trilhar seu caminho com passos firmes, tal como
deve ser os passos de uma pai de família. Ela o via se destruindo dia a dia,
ela o via seguindo o mesmo caminho de tantos outros, caminho que os levou antes
mesmo a morte do corpo para a morte da alma. Ela o amava e ao mesmo tempo
havia dentro dela uma mágoa tão grande em seu peito, pela vergonha, e por sua
mãe que reclamava das atitudes daquele que ela deveria compartilhar sua vida
até o fim dos seus dias, porque esta era a promessa que ela fez pra Deus no dia do seu
casamento, na alegria e na tristeza e porque no fundo, apesar de não admitir,
ainda o amava. Muitas vezes ela tapou os ouvidos para não ouvir as lamúrias de
sua mãe e as reclamações de seu pai pela falta de compreensão. Ele estava
desgostoso de sua vida, ele já havia tanto se afastado de Deus que esqueceu o que realmente significava amar, e ela tinha medo de se tornar
igual, pois já não conseguia dizer “te amo” por mais que o amasse. Ele não parecia
enxergar que Deus realmente havia sido muito bom para ele, lhe deu filhos
saudáveis, uma mulher que ajudou a formar sua família e no trabalho do dia a
dia, para construir tudo que tinha, ele tinha um bom carro e uma casa confortável,
mas ainda sim, Júlia sentia que seu pai não era feliz. Doía muito pensar e
refletir sobre tudo isso, e quando não sabemos como solucionar um problema preferimos
fugir ou ignorar, mas Deus tinha a resposta, Deus era o caminho .
Às vezes ela queria convidá-lo a ir a igreja com ela, às
vezes ela queria dizer quanta mágoa havia dentro de si por todas às vezes que
ele escolheu seus vícios e caprichos à sua família, ela queria dizer que ele
estava se matando e aquilo doía nela mas do que qualquer outra coisa. Talvez ele precisasse
escutar isso da sua boca, mas lhe faltava coragem. Coragem para romper as
ocorrentes que os amarravam a uma falsa imagem de uma família feliz. Havia amor
ali no sacrifício de cada um, mas também havia mágoa e dor. Ela rezava para
Deus colocá-lo no caminho do Senhor e para que se assim fosse necessários Deus
lhe concedesse força e luz para falar com seu pai tudo que sentia, todos os
sentimentos que carregava no peito.
Quando finalmente Júlia terminou de contar a sua história eu
senti que aquele não era o final dela, então, sequei as lágrimas daquela doce
menina que resolveu um dia abrir seu coração para mim e compartilhar de sua
dor. Eu a tranquilizei para que ela não se martirizasse, pois não enfrentar o
seu pai para lhe indicar um melhor caminho não significava não amá-lo, mas sim
respeitá-lo, respeitar a liberdade que Deus concede a cada um de nós de
fazermos a nossas próprias escolhas. Júlia tinha com ela o principal, Deus, sua
oração e o amor pela sua família, eu sabia que no tempo certo suas preces
seriam atendidas, tal como pude comprovar anos depois quando a reencontrei.
Sabe, eu acho que a Júlia deveria sim conversar mais com o seu pai sabe? As vezes todo esse enredo pode afetar pra ele também, ele também sente tudo isso, inclusive não tenho dúvidas de que a ama, é seu pai. Talvez ele também não saiba como chegar nela, como falar com ela, como abordar qualquer tipo de assunto mais detalhado com ela. Deve ser difícil, mas não impossível, e Júlia o ama e como também o ama o respeita, mas isso não lhe dá o direito de vê-lo caindo as beiras e não fazer nada. Júlia, também poderia levantar a cabeça e ajudá-lo quem sabe ele também precise de uma mão amiga. Bom, isso é o que eu acho... x;
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