Eu admiro a capacidade de se jogar como se pulasse de paraquedas para a imensidão, pois envolve correr riscos, mas também realizar, fazer acontecer hoje, o que se espera, mas não se pode esperar pelo amanhã! Eu admiro essas mulheres históricas, que não apenas por seus sonhos, mas simplesmente por quem são, foram capazes de se opor a tudo que as aprisionava atrás das grades do senso comum do que é correto, do que é mais sensato e prudente. Correr riscos, é se jogar no abismo escuro, é brincar com o erro, é zombar da prudência, é ser atrevido e com os próprios erros encontrar o seu caminho.
Sinto essa força dentro de mim, esse desejo louco de ser insensata, de esquecer a prudência e aquilo que deve ser feito e fazer apenas aquilo que quero fazer, sem pensar se é correto ou não, se é o momento ou não. Me parece que sempre estamos esperando por algo, a oportunidade, o momento, a estabilidade, a independência, para finalmente buscarmos o que almejamos no mais profundo do nosso ser. Será se não é o momento de nos atrevermos a errar? Isso certamente não é o que os nossos pais esperam, não é o que a sociedade espera e talvez nem Deus, mas se não for assim, como vamos aprender então? O que eu quero dizer é: Tenho medo de não chegar a lugar nenhum ou pior ainda de chegar e descobrir que ali não é o meu lugar! Medo! Me parece que nunca saio do lugar, giro em torno do meu próprio eixo, esperando uma chance pra escapar, pra fazer diferente, pra percorrer outro caminho, então, espero, espero, mas nada acontece! Quando terminar a faculdade eu vou... quando morar sozinha eu vou... quando tiver meu carro eu vou... mas porque o quando não é hoje? E quando chegará o quando em que não vou mais esperar para realizar.
As convenções e a prudência nos travam! Um dia teremos que nos libertar das amarras, porque as grandes realizações não vêm fácil, e sinto dentro de mim, que não estou neste mundo para coisas pequenas, grandes coisas esperam por mim, mas o real problema é que estou cansada de esperar por elas.
O fato é, o desejo está aqui, a força também, mas o que falta então? O momento ou a coragem para desafiar tudo o que hoje me parece mais conveniente e adequado que os meus desejos?
Talvez falte a paciência, para compreender que não estou parada, que cada dia é um evolução e talvez, só talvez ainda não seja o momento, mas que ele chegará quando eu também estiver pronta para ele. Só não posso renunciar quem sou e o que quero por aquilo que esperam de mim, por aquilo que eu mesmo espero ser. Hoje eu espero, com a consciência de que a cada dia está mais próximo de fazer valer o que levo em meu peito e é por isso que me sinto tão pressionada a encontrar a coragem trancafiada, porque quando a hora chegar, a única coisa que não podemos permitir é deixar ela passar.
E o que eu quero? Estar pronta, porque é somente disso que o momento depende, não é das pessoas ou do mundo, porque estes perante seus sonhos nunca mudarão no sentido que suas mudanças não afetam sua capacidade de realização! E estar pronta não significa que irei me jogar no infinito e pousarei de pé, em chão firme, pelo contrário, mas que estarei pronta para enxergar uma saída mesmo quando o paraquedas não abrir.
Lembre-se, apenas se descobre, quando nos atrevemos a tentar algo desconhecido! Experimente tentar! Experimente, se for preciso, desapontar, desafiar e não pensar tanto nos outros, às vezes, precisamos pensar em nós apenas, para que os outros tenham de nós, o que somos e não o que esperam! Se jogue, o infinito é grande demais para você se limitar ao espaço de céu que você vê da janela do seu quarto.
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