Eu caminhava sem direção, eu apenas caminhava com minha razão. Mas carregava em minhas costas, todo peso da emoção. A emoção que senti por cada rua que passei, por cada dia que vi, pela lembrança de quando te encontrei. Era muito para levar comigo, mas ainda assim, inevitável. A razão inabalável me mantia sã, mas a emoção, mesmo as vezes torturante, me tornava humana.
A emoção me fez ver o belo no simples, a graça no patético e o amor no improvável. Ela me deu tudo que tenho e sou e se amo quem sou, devo ser grata a ela. Por isso, mesmo que divergente não posso abandoná-la. Penso como seria se eu a deixasse sem nem olhar para trás, tão desumano e irracional. Aí está, aí está... a razão precisa da emoção para dar sentido a sua existência e a emoção não encontraria discernimento em seus sentimentos se a razão não fosse uma luz que ilumina nossas ideias.
Quando percebi isso peguei a emoção e coloquei-a ao lado da razão. Eu permiti que caminhassem sem interferir, quem deve agir ou se sobrepor, ela decidem por si só e cuidam do meu caminho. Elas juntas são a luz e o espectro que irradia. Elas não precisam que eu as encoraje ou diga quem deve agir, não cabe a eu decidir, mas cabe a eu viver e me permitir simplesmente seguir, segui-las nessa rua sem direção, que alguns chamam de vida.

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