sábado, 28 de dezembro de 2013

Posso tomar meu leme?

Eu vejo a lua, o sol e estrelas da mesma posição e da mesma forma há tanto tempo, pela mesma janela, onde passam as mesmas pessoas naquela única rua que corta meu caminho. Ah como eu queria pegar esta rua e traçar meu próprio caminho! Encontrar um rosto diferente, ver tudo de um modo diferente. Ser eu mesma, a mesma, mas em um mundo diferente. Novos passos, novos caminhos... Não um recomeço, pois amo minha história e tudo que aprendi, mas desejo um novo começo. Colocar o livro na estante e pegar um outro novo. O que foi escrito, lido e relido, ficará lá, mas tão interessante pode ser o novo. Mas como vou saber se não folhear essas páginas ainda sem marcas, ainda intactas. Está na hora de conduzir o leme da minha vida, de me permitir sentir novas sensações. Está na hora de me entregar o leme, eu posso com o seu peso. Talvez eu não tenha a habilidade que deseja, mas somente a prática aperfeiçoará a técnica. O teórico já não funciona mais. Quero encontrar e buscar tudo o que por direito um dia deverá seu meu. Cada qual em seu momento, mas definitivamente, eu cheguei em meu momento. Está é a hora do novo! Apenas um passo me separa de ver um céu limitado por uma janela, para vê-lo como é realmente, em sua imensidão. Um imensidão que tenho tentado abraçar, mas que não será possível, enquanto não puder pegá-la com minha próprias mãos. Eu já superei tanto, levantei tantas vezes, sequei tantas lágrimas, que já não há medo ou dor que me impeça de querer abraçar este céu com suas tempestades. Porque sei que depois da tormenta, o sol sempre volta a brilhar. E eu o quero com todo o seu calor e sua luz e não apenas o reflexo que incide sobre as vidraças da minha janela. Eu acredito que posso lidar e superar o grande, porque o pouco a pouco somou-se aos poucos e me fez aprender, graças a você, que nem nenhuma dor é tão grande que não podemos lidar e nem um alegria é tão infinita que nos faça  esquecer o que vivemos e o que podemos viver. Agora entregue o meu leme, eu posso guiar e eu não estarei sozinha, Deus estará comigo e seu telefone sempre irá tocar quando eu precisar, ou quem sabe quando você se perder, porque será estranho, acredito, passar a conduzir apenas o seu barco. Vamos viver, pois nossas vidas são um mapa, mas sempre haverá um momento em que as rotas se separam para mais tarde voltarem a se cruzar.

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