Eu pareço fria, mas por dentro eu estou sangrando. Eu pareço ser sentimental e ingênua, mas posso muito bem ser calculista e vingativa. Eu vesti a fantasia de alguém forte, segura e centrada, mas basta chegar perto e olhar com mais atenção e você verá que sou cheia de inseguranças e incertezas, que sou frágil, pra não dizer fraca. Não sou uma celebridade, sou uma pessoa normal com defeitos e virtudes, fraquezas e desejos, mas mesmo assim, me sinto julgada e analisada o tempo todo, o que eu digo e o que eu faço, não que eu me importe, mas nem sempre consigo ou posso me defender, não da maneira como eu gostaria.
Eu acredito que nós mesmos, somos os maiores advogados que podemos ter, se temos sonhos, ideais e convicções, devemos defendê-las com unhas e dentes, devemos defender a nós mesmos da corrupção de nossa imagem. Não sou atriz e mesmo que fosse, a vida não é uma ficção e ninguém pode viver fingindo 24h por dia, mas muitos insistem em criar um personagem pra você, uma imagem distorcida do que realmente somos, muitas vezes, por nossa própria culpa, porque preferimos nos esconder ao correr o risco de nos expor. Educada, estudiosa, certinha, quieta, observadora, amiga, confidente, divertida, tímida, louca, centrada, séria, rígida, distraída, forte, madura, ingênua, atrapalhada... são tantas coisas que escuto, e deve ter outros tantos adjetivos tão contraditórios como esses que nem ouso a imaginar passar pela mente das pessoas. Agora, quem sou eu? É uma boa pergunta, eu talvez seja tudo isso aí mesmo, até naquelas partes que não se encaixam, não que eu faça tipo, mas nos moldamos as situações e as pessoas que nos cercam de modo natural, eu não serei com os pais do meus amigos o que eu não sou com eles. Quando estou em uma festa, eu não terei o mesmo comportamento de quando estou no trabalho. Não para ser aceita, mas para sobreviver na selva que vivemos, às vezes, é preciso se adaptar. Mas eu sou muitas outras coisas, que não estão nenhum texto, em nenhuma conversa, em nenhuma foto ou em nenhuma mente, eu sou como vírus multante, que se adapta, que se transforma e que evolui, conforme as drogas que tentam me atacar e desafiar minhas defesas.
O que eu posso dizer, é que não sou tão ruim quanto quem por alguma razão não gosta de mim, diz que eu sou, e nem tão boa, eu não sirvo de espelho e nem de exemplo pra ninguém, isso nem ontem, nem hoje e nem no amanhã. O que eu posso dizer, é que minha meta é trabalhar hoje, para sempre ser melhor amanhã, mas que às vezes, eu dou alguns passos para trás, para saltar para frente algum tempo depois.
Lembre-se cada qual tem seu ritmo, seu tempo de descobrir e de fazer as coisas, descubra o seu e se preocupe menos com o das outras pessoas. Lembre-se ainda, que você não é nada do que dizem que você é ao mesmo tempo você é tudo isso ao mesmo tempo, porque somos mais que multicelulares, somos multicomportamentais, multisentimentias, somos contraditórios, porque temos o bem e o mal dentro de nós, mas é a vida e as nossas escolhas que irão definir que nós verdadeiramente somos.
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