Já orgulhei-me de dizer que entre minhas qualidades estava a de ser amiga! Hoje confesso com franqueza e sem pesar, que já não posso mais dizer isso. As pessoas entram na sua vida, outras saem, algumas você busca, outras você afasta. Tudo é um ciclo e, às vezes, apenas seguimos o fluxo que a vida nos leva, às vezes, não é uma escolha nossa, outras vezes sim, algumas ainda, é apenas displicência. Há momentos que não percebemos distância se transformando em um abismo sem volta, em outras ocasiões sentimos o distanciamento, mas não vemos mais o porque forçar algo que já não existe mais, algo que virou apenas memórias, algo que já não nos é importante. Eu diria ainda, que há vezes que estamos tão inundados com nossa rotina, com nossos problemas, com o que nos cerca, com esse egocentrismo que nos domina, que desprezamos aquilo que já nos fez tão felizes e ainda poderia fazer, se nos colocássemos mais no lugar do outro, se valorizássemos quem e o que nos trouxe até aqui.
E por isso, eu confesso que perdi o tesão por muitas coisas que me aproximavam de algumas pessoas, eu confesso que me decepcionei demais com outras que não vale mais a pena se apegar as coisas boas que elas me deram, eu confesso que às vezes, falta assunto, falta disposição de começar aquele "Oi, tudo bem?" por saber que vai morrer nisso aí, por saber que não vamos nos entender, parece que não falamos a mesma língua.
Quando estamos juntos é bom, mas quando não estamos já não faz tanta falta. Acostumei-me em estar com minhas 4 paredes brancas, sem quadros, sem fotos, sem memórias. Não se preocupe não, até porque, talvez eu nem mereça esse seu apreço, mas se te deixa mais tranquilo eu estou bem, bem eu e Deus comigo mesma!
Mas me pergunto quem não precisa de um abraço, de um afago, de um sorriso, de memórias, de momentos, de vida, de alegria, quem não precisa? Eu que não! Preciso e muito, tenho os que me cercam hoje e que amanhã talvez também virem apenas novas memórias, tenho quem não desiste nunca e tenho os que são a certeza de sempre estar comigo e por mim. Não somos uma ilha, mas aprendi como viver em uma ao mesmo tempo que desaprendi a sentir a importância de certos gestos de afeto ao ponto de não saber lidar ou agir diante de alguns deles.
Então, peço perdão, se fui fria, se fiz pouco caso, se não estive aí quando precisou e se não lembrei que poderia contar com você quando precisei, desculpa por ser essa ilha, mas sei que estar bem é pouco e tenho fé que as coisas jamais serão como antes, por escolhas minhas ou pelos próprios caminhos da vida, mas que poderão ser diferentes e até melhores!
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